Testes com cloroquina para coronavírus são suspensos pela OMS. Por quê?





A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes que coordena com o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). A entidade tomou a decisão após uma investigação associar esses tratamentos a um maior risco de morte nas pessoas infectadas.





Essa parada estratégica vai servir para a OMS analisar os dados de segurança que colheu até o momento nos estudos sobre essas medicações. A partir daí, ela pode retomar os experimentos — ou encerrá-los pra valer.

Os testes suspensos fazem parte do levantamento global Solidarity. Por meio de parcerias no mundo inteiro, inclusive no Brasil, a OMS vem medindo de maneira rigorosa a eficácia e a segurança de remédios que, no passado, foram tidos como promissores contra o coronavírus.

Além da cloroquina, os cientistas estão avaliando antivirais contra a aids, o interferon e o remdesivir, recentemente autorizado para uso contra o Sars-Cov-2 nos Estados Unidos. Os testes com essas outras medicações não foram suspensos.

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O estudo que motivou a decisão de parar os estudos com a cloroquina

Publicada no dia 22 de maio no renomado periódico científico The Lancet, a pesquisa reuniu dados de 96 032 pacientes hospitalizados por causa da Covid-19. Os cientistas separaram essa turma toda em cinco turmas:

  • A que recebeu só cloroquina
  • A que recebeu cloroquina e um macrolídeo (um grupo de antibióticos que inclui a azitromicina)
  • A que recebeu só hidroxicloroquina
  • A que recebeu hidroxicloroquina e um macrolídeo
  • A que não recebeu esses tratamentos (ela serviu de controle)

A partir daí, eles observaram quantas pessoas em cada grupo morreram e quantas sobreviveram. Resultados:





  • Quem não tomou nenhum daqueles fármacos: 9,3% de taxa de mortalidade
  • Quem recebeu só hidroxicloroquina: 18% — quase o dobro
  • Quem recebeu hidroxicloroquina e um macrolídeo: 23,8%
  • Quem recebeu só cloroquina: 16,4%
  • Quem recebeu cloroquina e um macrolídeo: 22,2%

Além disso, os protocolos avaliados com essas terapias apresentaram maiores índices de arritmia cardíaca.

O levantamento, por ser do tipo observacional, não permite concluir que a cloroquina e a hidroxicloroquina causam essa maior mortalidade. Ele apenas firma uma ligação entre os dois fatores — e mostra que não há uma associação entre esses tratamentos e quaisquer benefícios em pessoas infectadas pelo coronavírus.

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No momento, estudos clínicos randomizados que comparam o uso da hidroxicloroquina ou da cloroquina contra um placebo em diferentes estágios da Covid-19 vêm sendo conduzidos pelo mundo, inclusive no Brasil. A despeito da ausência de evidências, o Ministério da Saúde publicou uma orientação para o uso precoce desses tratamentos.

Ana Gomez

Ana Gómez. Nació en Asturias pero vive en Madrid desde hace ya varios años. Me gusta de todo lo relacionado con los negocios, la empresa y los especialmente los deportes, estando especializada en deporte femenino y polideportivo. También me considero una Geek, amante de la tecnología los gadgets. Ana es la reportera encargada de cubrir competiciones deportivas de distinta naturaleza puesto que se trata de una editora con gran experiencia tanto en medios deportivos como en diarios generalistas online. Mi Perfil en Facebookhttps://www.facebook.com/ana.gomez.029   Email de contacto: ana.gomez@noticiasrtv.com

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